Chapeuzinho vermelho na cadeira de rodas com alguns amigos. |
Os contos de fadas sempre fizeram parte da nossa infância e crescemos lendo e assistindo os contos da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho entre outros mas ter uma nova visão destes personagens e uma nova história já é possível graças a grande ideia que o escritor e ilustrador Cristiano Refosco teve ao criar uma coleção de 11 livros " Era uma vez um conto de fadas inclusivo"com o diferencial de que o personagem principal tem algum tipo de deficiência.
E o Blog Carol Diversidade apoia este projeto e fez uma entrevista com Cristiano Refosco falando do seu blog Centauro Alado e sobre este projeto.
Cristiano Refosco é fisioterapeuta, atua na área neuropediatria há 11 anos, sendo que atualmente integra a equipe da Kinder de Porto Alegre que atende crianças com deficiência.
Tem uma Empresa Inclus que presta consultoria a escolas e empresas trabalhando especificamente na Inclusão e Acessibilidade.
Cristiano esta abaixado ao meu lado. |
Entrevista com Cristiano Refosco.
Carol- Porque escolheste o nome Centauro Alado?
Cristiano - Quando pensei em fazer o blog, queria que ele reunisse assuntos
relativos ao meu interesse, em diversos aspectos. O nome Centauro Alado vem do
fato de eu gostar de mitologia grega e por achar a figura do centauro muito
representativa. O centauro é metade homem e metade cavalo, ou seja, tem a
inteligência do homem e a força do animal. Um centauro alado poderia voar, o
que seria uma combinação perfeita entre força, inteligência, sensibilidade e
liberdade. São características que considero fundamentais no ser humano: força para
ir adiante mesmo diante das dificuldades e dos preconceitos, inteligência e
sensibilidade para nortearmos nossos caminhos e, liberdade, para irmos e
virmos, sem barreiras.
Carol- Porque você escolheu falar dos assuntos relacionados as pessoas
com deficiência?
Cristiano- Na verdade, o blog aborda vários assuntos, mas o carro chefe são
temas relacionados às pessoas com deficiência. Como trabalho com fisioterapia
há 13 anos e convivo direto com esse público, achei que seria legal criar um
espaço onde pudesse discutir questões relacionadas a esse universo. Porém,
senti a necessidade de mesclar outras temáticas, tais como literatura, cinema,
música, história, etc. Queria um blog que não fosse interessante apenas para
quem tem algum tipo de deficiência, mas para as pessoas no geral. Afinal,
Inclusão passa por isso...
Carol- Me fale do seu mais novo projeto" Era uma vez um conto de
fadas inclusivo"?
Cristiano- “Era uma vez um conto de fadas inclusivo” é uma coleção de livros
infantis composta por 11 contos de fadas onde os personagens possuem algum tipo
de deficiência. Chapeuzinho Vermelho é cadeirante, Branca de Neve é cega,
Aladim tem Síndrome de Down, Cinderela não tem um pé, etc. A ideia é apresentar
o universo das pessoas com deficiências para as crianças através de personagens
que já lhes são familiares. Ao longo desses 13 anos em que trabalho como
fisioterapeuta, observei que crianças sem deficiência que convivem com crianças
com deficiência lidam de uma forma muito natural com questões relacionadas às
diferenças. A coleção também conta com um cd com áudio livro e com a
audiodescrição das histórias, para as crianças e adultos que possuam
deficiência visual.
Os textos e as ilustrações são de minha autoria, o designer gráfico é do
artista Leandro Selister e a audiodescrição é da Mil Palavras. O projeto tem o
apoio Ministério da Cultura e patrocínio de duas empresa a SAVAR e AGCO .
Como você vê a Inclusão de crianças com deficiência nas escolas e a
preparação dos professores?
Infelizmente, a Inclusão de crianças com
deficiência nas escolas ainda é muito mais um conceito teórico do que prática.
Existe uma legislação que determina que as crianças com deficiência sejam
aceitas nas escolas regulares, mas não existe investimento em tecnologia
assistiva, adaptações do meio físico e formação de profissionais (educadores e
monitores) para receber esses alunos. Por outro lado, já estive em escolas onde
havia sim investimento nas questões físicas (rampas, mobiliários adaptados) e
formação de educadores, mas onde os professores não se julgavam aptos a
trabalhar com essas crianças em sala de aula. Como sabemos, incluir uma criança
com deficiência na sala de aula é muito mais do que colocá-la sentada no meio
dos seus coleguinhas sem deficiência, mas sim, proporcionar maneiras de que ela
interaja com o meio e vice versa e que consiga usufruir do direito de ser
educada. E isso, na maioria das vezes, demanda mobilização e criatividade por
parte dos professores. Numa sala de aula com trinta alunos que também requerem
a atenção (sejam quais forem as suas necessidades) por parte dos educadores, é
compreensível que os mesmos sintam-se inseguros quando recebem uma criança com
deficiência. Colocar a Inclusão na prática é um grande desafio que requer
criatividade, boa vontade e persistência de todos os lados.
Eu, Josiane e Cristiano. |
Deixo o link da matéria que Cristiano Refosco fez no seu blog dando continuidade deste dia um dia de grande aprendizado para mim, Josiane e Cristiano.
Que lindo o projeto dele de inclusão é de pessoas igual a ele que precisamos para fazer a diferença adorei a entrevista e parabens por mais este espaço no blog de mostrar estes projetos que venham mais.
ResponderExcluirCamila
Quando vai ser lançado esta coleção, você ira avisar faça questa de ir e conhecer este talentoso escritor e acima de tudo sensivel, adorei a entrevista dele.
ResponderExcluirFatima