7 de mai. de 2021

As mães invisíveis. Maternar sobre RODAS!!

 Maternar Sobre RODAS!

Na foto eu grávida da segunda filha. Estou na cadeira com as mãos na barriga.


Neste próximo domingo será o dia das mães, uma data comercial onde dar presentes se torna uma prática de amor e afeto por nossas mães.

Mas para mim nos últimos oito anos que exerço o direito de Maternar tem outro significa, neste dia e como nos demais tenho vivido a realidade de ser mãe com deficiência algo que nos marca a todo tempo durante o ano e que escancara a visão de uma sociedade Capacitista, sobre este direito.

Não espere que este texto traga uma escrita romantizada sobre ser MÃE cadeirante, mas a vivência real de tantas mães com algum tipo de deficiência neste país tão desigual.

Aqui vós escreve uma mulher que aos seus 33 anos decidi querer ser mãe, algo que por algum tempo era visto como impossível de acontecer porque eu ainda não conhecia meu corpo e nem o aceitava.

Na busca de entender sobre o meu corpo e suas limitações a maternidade era algo distante de mim. Mesmo sendo mulher o que atribui a nós a obrigação de parir, eu me vi sem está obrigação social construída ao longo dos tempos.

Como que este corpo fora dos padrões sociais ia exercer esta obrigação onde nosso útero é público.

A negação de acesso a informações, planejamento e acesso a saúde me possibilitaram está vivência bem mais tarde na minha vida.

Eu nem fazia ideia do que estava para vir ao decidir ser mãe,foram nove meses marcados por violência, a sociedade me chamava de louca, como cuidaria de uma criança ou que bom essa criança vai cuidar de ti e do pai que é cego. Que lindo! A DEFICIÊNCIA VISTA COMO ALGO INCAPACITANTE

A medicina me negava a experiência de viver uma gestação tranquila e segura como um direito nada mais.

O momento mais lindo de minha vida foi marcado por dor e sofrimento até o nascimento do meu primeiro filho.

Hoje ele tem sete anos passou rápido, mas lembro tudo que vivemos, escutar que ele tem que me cuidar ou como eu cuido dele são marcas diárias que vivemos. Ou quando eu e o Hélio escutamos que ele vai cuidar de nós.

A deficiência é algo que nos define o tempo todo neste sociedade.

Mas afinal o que é ser mãe sobre rodas?

Esta foi uma pergunta que durante o tempo fui aprendendo a ser, tinha medo quando não conseguia fazer algo por conta de não andar ou até mesmo quando tinha que pedir ajuda.

Mas estes sentimentos foram só no início pois a minha maior dificuldade enquanto mãe era dar banho no meu garoto.

Oh coisa mais complicada de fazer sentada que o tempo foi me fortalecendo e me dando uma única certeza sobre ser Mãe.

Que comigo não era diferente de outras mães, eu canso, aprendo, erro e encontro barreiras no caminho.

Ter está certeza com toda esta descoberta linda entre nós dois foi o alicerce que existe comigo e com ele.

Mesmo a sociedade me negando este direito porque não cumpro com os padrões sociais eu podia viver dia a dia este universo de amor e conexão.

Meu grude, tão carinhoso e sensível ensino para ele o que é ser homem nesta sociedade machista.

Sua sensibilidade marca o homem que eu estou ajudando a construir, uma educação feminista e nada marcada pelo machismo nosso de cada dia.

Enquanto mãe cadeirante tenho sambado com minha cadeira de rodas na cara da sociedade diariamente.

Ah sociedade tão Capacitista que tenta me silenciar enquanto mãe o tempo todo.

Este ano a data será ao lado dos meus dois filhos, em 2020 nós quisemos viver de novo está experiência novamente.


Os palpites vieram mas o bom foi que com a Pandemia bem no início da gestação me possibilitaram ficar mais em casa e evitar os comentários desnecessários, é como se eu precisasse ter a permissão de todos para querer ser mãe novamente.


Mas desta vez eu me sentia mais madura e preparada para encarar as barreiras e o que viria, e foi uma gestação com a chegada de uma Pandemia, medo e desafios.

Mais uma vez o desconhecido me acompanhava, agora com mais experiência sobre ser mãe,sua chegada foi inesperada e antes do tempo,mas em outro texto relato melhor tudo isso.

O importante que neste domingo das mães  eu estarei ao lado dos meus filhos e exercer a maternidade foi uma escolha minha.

Os desafios estão ai diariamente, eu enquanto mãe tenho dado o meu melhor para eles sempre.

Á todas as mães que perderam seus filhos vitimas deste governo genocida meu abraço carinhoso.

Que a maternidade possa ser uma escolha na vida de todas as mulheres e não uma obrigação social e cultural.

Eu continuarei lutando para que as mulheres com deficiência possam ter este direito garantido e que isso seja uma escolha.


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Saudações Feministas.

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