2 de abr. de 2020

ISOLAMENTO SOCIAL E A REALIDADE DE MUITOS.


Imagem retangular com fundo verde.
A frase: Isolamento Social e NÓS!


Hoje completamos mais de uma semana de isolamento social, na última segunda-feira decidi que não mandaria mais o filho para escola, que ficou funcionando até a última quarta-feira.
Mas como chegamos nesta decisão, tem muito a ver com minha condição física e de saúde do nosso garoto.
A vida já não é mais a mesma, mudamos a direção, o pensar e agir, mudamos por nós e por muitos.
Mas quem são as pessoas mais atingidas neste período de isolamento?
Pessoas com deficiência entram no quadro de risco por muitos fatores, doenças crônicas, pulmonares, renais e cardíacas que afetam diretamente nossa imunidade e resistência.
Sendo necessário o isolamento imediato desta população, seguindo as orientações do Ministério da Saúde e governo.
Muitas não terão como ficar em isolamento sem os cuidados de terceiros, muitas pessoas dependem do outro para a sua existência.
Pensando nesta realidade mundial aqui seguimos no nosso isolamento social, meu companheiro está na casa dele, transitar pra lá e pra cá não é permitido e ajuda na proliferação do CORONAVÍRUS e nos expõe a ela.
Nesta hora ter consciência é fundamental e todo cuidado é válido por mais que nos afaste das pessoas que amamos, um afastamento necessário para que tudo passe logo.
Os dias por aqui seguirem na sua rotina do dia a dia, limpa, cozinha, assiste TV, escreve, lê, escuta música, dança e claro muita atividade para fazer com o garoto que a toda hora pergunta da escola.
Para ele está sendo muito difícil este momento pois o retorno das aulas a pouco tinha iniciado e nós dois já estávamos criando uma rotina diária.
Rotina e volta das minhas atividades interrompidas por esta doença novamente, foram nove meses de uma longa espera, ficar em casa já tinha se tornado rotina e ao mesmo tempo uma tortura para mim.
Uma nova realidade toma conta do mundo e do RS, algumas pessoas próximas a mim levam a sério, já outras não estão nem aí.
Minha parte eu fiz, liguei, mandei mensagem, criei publicações orientando, mas cada um sabe de si ou acha que sabe.
Estas atitudes nos levam ao egoísmo humano, se você não ficar em casa poderá colocar todos em risco, não é sobre você, mas sim pelo coletivo.
Confesso que por vezes me bate o cansaço pela quantidade de demandas a mim atribuídas e as tantas informações que chegam pelas redes sociais e WhatsApp.
Lidar com o que é verdade e Fake News aqui se tornou um hábito e toma parte do meu dia as vezes. Mas em muitos momentos me mantenho ou tento me desconectar do virtual que nos acometi enquanto sociedade da era digital.
Parar neste momento é mais do que necessário e evita todo esse delírio digital de informações que só nos levam ao medo do amanhã.
O mundo lá fora tem ficado de lado, a rotina toma conta do nosso dia a dia, já não temos mais uma sociedade em movimento, o mundo está parando a cada dia.
Daqui do portão vejo apenas algumas pessoas passando pela rua, o barulho de carros e ônibus as vezes segue normal e quebra um pouco do silêncio dos dias.
Vizinhos daqui seguem as orientações, já alguns não estão preocupados com o que acontece no mundo, ignorando qualquer cuidado e pensando somente em si próprio.
Aqui no meu portão por três dias consecutivos me chamam no portão por duas vezes para usarem o meu banheiro. Sim isso mesmo, algo que nos colocaria em risco, a realidade sobre esta gravidade não é para todos.
Já orientei o garoto a não ir ao portão por nada. De casa grito, vão para casa saiam das ruas.
Mas não muito efeito e seguem passeando pelas ruas.
Talvez esta seja a realidade de muitas pesssoas não levar a sério o que a acontece no mundo, mas me questiono sobre estas atitudes irresponsáveis que partem primeiro pelo governo, que iniciou tarde as medidas de prevenção por ser visto por o atual presidente do Brasil, como uma frescura por parte da mídia que vinha acontecendo no mundo. Brasil tem feito vistas grossas para esta pandemia e faz piada sobre este caos a todo momento.
A orientação de prevenção começou tarde, quando o Brasil já registrava altos índices em São Paulo e Rio de Janeiro.
Ontem em pronunciamento o atual presidente orienta a população a voltar sua vida ao normal por se tratar de uma história de governos e imprensa.
Que possa ficar registrado aqui e na história deste país este pronunciamento que só reafirma a falta de condição de uma pessoa governar o Brasil, com uma atitude GENOCIDA.
Quando vivemos no Brasil um caos na política com perdas e mais perdas de direitos que atinge a população que mais precisa, aqui padecemos nas mãos de um ditador e conservador.
Notícias e mais notícias em todos os meios de comunicação nos mantém conectados com está praga que assombra o mundo lá fora.
 No nosso estado já temos muitos casos que se agravam dia após dia, o governo tem falhado nas medidas de prevenção, falta o básico para a população mais carente que permanece desassistida, falta álcool gel e máscaras nos hospitais, colocando em riscos funcionários e pacientes.
Mas enquanto mulher com deficiência não poderia deixar de falar da falta de campanhas especifcas no caso de uma pessoa com deficiência adquirir o vírus, será que o colapso na saúde esta preparado para nos receber, sendo que entramos no quadro de risco.
Outro fator importante por parte do poder público é a falta de campanhas acessíveis que levam informações e orientações para todas as pesssas, estas informações são fundamentais no combate a este vírus, chegar a informação para grande parte da população que tem deficiência auditiva ou visual é dever deste governo quando somos 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil.
Profissionais da Saúde
Neste momento quem estão na linha de frente neste combate ao vírus são os profissionais da área da saúde, segurança, cuidadores e empregados.
As mulheres são maioria nesta ação de combate a esta pandemia se colocando em risco para salvar muitas(os).
Violência Contra Mulheres e Crianças.
As mulheres são maioria aos cuidados neste momento e permanecem em isolamento social, juntos aos seus filhos(as), o que faz termos um aumento nos casos de violência doméstica, sexual e feminicídio.
O lar neste momento não é o local mais seguro para elas e medidas de movimentação as colocam em risco para romper com a violência e busca pelos serviços de proteção.
Ao estado cabe garantir medidas que protejam mulheres e crianças da violência neste momento.
Desigualdade Social
Outro ponto que vejo ser importante expressar, a desigualdade social não nos chama a atenção neste momento, moradores de rua e comunidades que vivem com o mínimo como vão se prevenir sendo que muitos não tem acesso à informação, vocês podem até dizer que isso é impossível mas não é, a realidade social no Brasil mostra a sua fase neste momento.
Mas ainda há esperança quando vemos Pessoas solidarias, aquelas que organizam campanhas para ajudar a quem mais precisa neste momento.
Tenho visto muito está movimentação na internet e isso pode salvar muitas vidas, mas temos o outro lado da história e talvez está expresse a nossa pior fase neste momento, o egoísmo fala mais alto quando vemos pessoas comprando em grande quantidade produtos fundamentais neste momento, ou indo aos supermercados e levando tudo das prateleiras esquecendo do próximo.
O próximo aquele que recebe por mês e que neste momento não tem como fazer suas compras e se tudo realmente parar o que vai ser de quem tem menos neste momento.
A elite além de nos contaminar está com suas dispensas abarrotadas e mantendo suas/es funcionários trabalhando normalmente, até quando o capitalismo deste momento nos tratará como proletários.
Essa burguesia rica as nossas custas não sofrerão prejuízos econômicos, deixamos isso para quem tem um comércio pequeno e que depende disso para se manter e manter o emprego de seus poucos funcionários.
Dói no peito tudo isso e pensar nos mais atingidos, e dói mais ainda ver o governo disponibilizar um valor de 200 para autônomos, enquanto países de primeiro mundo estão garantindo a existência da população neste momento.
Mas o que esperar deste país neste momento político tão violento aos nossos direitos. A morte de muitos 
No meio desta reflexão uma coisa é certa, o dia de amanhã é incerto e podemos não acordar para vermos o futuro.
Por isso fica em casa e que o amanhã posso ser para todas as pessoas, se o futuro vier para nós que possamos fazer diferente deixando de lado alguns sentimentos, comportamentos e atitudes, caso contrário de nada servil o que passamos enquanto humanidade.
A certeza de hoje é que não seremos mais os mesmos no amanhã.
 Brasil, 23 de março de 2020.
Texto de alguém que buscou pelo amanhã dos seus.
Hoje é dia 02/04 graças a Deus estou com minha mãe e companheiro aqui em casa. Sigo mais tranquila por aqui.
Se cuidem! E se puderem fiquem em casa por você e por todos.

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Saudações Feministas.

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