14 de jun. de 2018

ATENDIMENTO PRIORITÁRIO no Hospital Restinga.

Imagem retangular com a frase Atendimento prioritário e abaixo as símbolos de pessoas com deficiência, idosos, gestantes e mulher com criança no colo.

Bom dia, pessoas 
São exatamente 01:35 e eu estou sem conseguir dormir pois aqui em Porto Alegre agora a pouco caiu um temporal horrível colocando todas(os) gaúchas em pânico total na cidade. 
Diante deste fato atual que me fez perder o sono lembrei que preciso compartilhar com vocês o que me aconteceu, depois do Roberth ficar muitos dias sem evacuar por conta da constipação crônica e eu tentar de um tudo em casa para auxiliá-lo me vi tendo que levar ele para o hospital que para nós sempre se torna algo sofrido. 
Lá fomos nós e desta vez levei a Ketlyn comigo para não ir sozinha, chegamos no hospital da Restinga depois das 09:30 fiz o boletim e observei a ala pediátrica lotada de crianças e mães esperando por atendimento. 
Nos aproximamos de uma cadeira e ali iniciamos uma maratona de exatamente 8 horas de muita espera, conforme o tempo passava a gente escutava os relatos das mães que já estavam ali desde as 06:30 e não haviam sido atendidas e que estava muito demorado o atendimento. 
Eu fiquei observando e já me preparando fisicamente para encarar as horas de espera, perto do meio dia fui buscar algo para comermos e almoçamos ali mesmo pois fiquei com medo de sair e nos chamarem, o Roberth como sempre muito receptivo em compartilhar as coisas que come ofereceu suas poucas bolachas para duas crianças que ao meu ver estavam com fome, e eu e a Ketlyn começamos a comer resumindo eu tive que parar de comer mesmo com fome pois uma mãe e as mesmas crianças nos olhavam enquanto comia nos, não deu outra eu pedi para a Ketlyn que estava ao lado dela perguntar se ela não se portava de dividir meu lanche entre elas. 
Todas alimentadas seguimos na espera, quando uma mãe já conhecida do local de aproxima com sua filha e senta discutindo com o atendente em relação ao seu atendimento, todas(os) observam e seguem na espera. 
Quando ela observa uma mãe jovem com uma meninas com dias de nascida no colo sem conseguir respirar, ela começa a gritar, essa criança vai morrer, ela está sem ar, abre a porta para ela entrar, a mãe se desespera mas entra às pressas com a filha quase desfalecendo nos braços, seguimos na espera as crianças começam a chorar de fome, as mães sem ter dinheiro e o que dar entram em pânico e mais uma vez está mãe começa a reclamar que as crianças estão mal e pede para chamarem a Assistente Social do hospital, ela demora um pouco, eu me aproximo deste grupo de mães e também fico na espera pois já se passava das 3 da tarde e nada. 
A assistente social se aproxima e para minha surpresa eu a conheço do posto de saúde do meu bairro, ela pega minha mão e pergunta o que eu estava fazendo ali, as mães começam a questionar a demora, as crianças estarem com fome elas, ela tenta explicar, mas não consegue eu observo e espero a minha vez, quando todas estão mais calma, eu falo com ela e digo que já estou com muita dor e preciso saber quantas horas a mais ficarei ali para ver se terei condições, ela me olha e diz não tem previsão. 
Finalizo dizendo que eu tenho PRIORIDADE no atendimento e posso para ela ver isso, ela anota o nome do Roberth enquanto aguardamos ela entre na área pediátrica e depois de 15 minutos me chamam para finalmente ele ser atendido. 
Entramos passamos para enfermeira e depois esperamos pela pediatra, somos atendidos em menos de 30 minutos, ele faz o procedimento e tira raio x e saímos de lá as 18:00 depois de muita espera e fazendo valer meu direito a prioridade garantido pela LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO. 
Esta situação me fez pensar o quando o SUS esta defasado com toda  perda de políticas para saúde e seu congelamento de 20 anos, vemos profissionais sobrecarregados, falta de remédios, produtos, qualificação e a população no meio desta situação.
Adoecer neste país se tornou um problema público.
É preciso entender e conhecer a politica para saber o que estamos vivendo com as perdas de garantias de direitos.
Ao voltar para casa no ônibus super cansada pude refletir sobre o ser mãe, quantas mulheres com seus filhos, sozinhas encarando aquela realidade e ali poucos pais ao lado delas, o quando ser mãe e mulher nos pesa nesta hora, eu graças a Deus estava com a Ketlyn e mais tarde com o Hélio para me ajudarem.
Nós mulheres carregamos com a gente esta bagagem de ser mãe ultrapassando todas as barreiras pelos nossos filhos(as).
Se você passar por isso busque pelo Serviço Social do hospital seja mãe ou pai com deficiência temos direito ao atendimento prioritário.
O Sistema Único de Saúde é nosso e não deve ser privatizado como querem fazer.
FAÇA VALER SEUS DIREITOS.
Enquanto escrevia este post tive conhecimento por vídeo publicado em uma pagina que chamaram a policia para as mães que reclamavam pela demora no atendimento, já se passou um mês e a situação continua a mesma.

SAIBA: 
Do Atendimento Prioritário Art. 9o 

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Saudações Feministas.

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