19 de mai. de 2017

Estatuto do Desarmamento, Armas pela Vida e eu.

Imagem de um coração formado por balas.


Ontem ao ser entrevistada pelA repórter do Jornal Extra Classe para falar sobre o grupo que foi criado "Arma pela Vida" e da manifestação que aconteceu em Porto Alegre,  que defende o direito do cidadão andar armado e se defender, após a repórter me perguntar, confesso que voltei ao dia que levei um tiro e na minha história de vida não relato esta parte que escreverei aqui.
Nunca escrevi sobre a arma que me deixou cadeirante, matou o Marcelo e matou quem fez tudo isso mas vamos falar de arma e entender a respostas que eu dei sobre esse grupo.
Meses antes de acontecer tudo, lembro que um certo dia estava na casa dos pais daquela pessoa e de repente ele me chamou no quarto dos pais dele para me mostrar algo, eu fui e ao chegar ele pegou no forro da casa uma arma e uma caixa de balas pra me mostrar, na hora levei um susto e pedi que ele guardasse aquilo e nunca mais me mostrasse, me disse que era do pai dele e que por ser caçador tinha arma em casa e que o mesmo havia lhe ensinado a atirar desde cedo.
Saí daquele quarto sem entender nada mas mal eu sabia que aquela arma que era do pai dele tiraria a vida de duas pessoas e quase a minha, nunca escrevi sobre isso mas ao ver as pessoas criando grupo e entre eles o Arma pela Vida me senti provocada a escrever este artigo.
Se o Estatuto do Desarmamento foi aprovado em 2003 e traz na sua legislação: Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e com esta lei houve toda um mobilização das pessoas entregando suas armas, e em 2000 eu fui vítima por arma de fogo por causa de um homem que tinha arma dentro de casa e foi o fator para que o filho tivesse acesso a ela e resolvesse acabar com minha vida e do Marcelo como posso ser a favor do Armas pela Vida  e contra o Estatuto do Desarmamento se por várias vezes me peguei pensando e se essa lei existisse naquele tempo o pai não teria facilitado toda a tragédia, o cara que fez tudo não teria condições de comprar uma arma mesmo que ilegal mas não foi assim minha história.
Pra mim garantir a proteção da população é papel do estado e do governo em criar políticas de segurança pública e não de dar direito a população de fazer justiça com as próprias mãos, pois as armas não matam quem as mata são as pessoas que tem poder sobre elas, o Estatuto é fundamental na vida das pessoas em vigor à 14 anos os indices de violência caíram e a população que mais seria atingidas caso fosse liberado seria a população mais pobre de periferia que sofre com as desigualdades sociais.
 Pense um pouco comigo, as pessoas poderão portar armar, em festas, estádios de futebol, no transito, na rua isso causaria um caos social a população e aumentaria os índices de violência no país.
Se o Congresso esta preocupado em beneficiar a industria de armas cabe a cada pessoa manifestar-se contra a revogação do Estatuto pois já é claro que no Congresso foi instaurado a liderança da bancada da bala deixa claro o interesse no assunto que não é político.
O Mapa da Violência de 2015 aponta de cerca de 160,000 mil vidas foram poupadas é preciso repensar nosso posicionamento sobre o assunto.
Faço uma reflexão do trabalho que desenvolvo sobre o fim da violência contra as mulheres onde 34% dos feminicidios são cometidos por arma de fogo e 40% cometidos por companheiros como vamos dar poder aos homens de andarem armados e protegidos por lei e podendo matar as mulheres pois se a cultura é enraizada de poder do homem sobre as mulheres quantas mulheres morreram por conta disso, chega ser ridículo ver mulheres do movimento hoje a favor deste grupo, mulheres essas que até ontem tinham entendimento que mulheres morrem por arma de fogo mais que por estrangulamento etc, mas ao mesmo tempo nos faz pensar o que algumas  mulheres militantes querem afinal, política, destaque ou simplesmente dar o direito de mais mulheres morreram nas mão de covardes assassinos, não podemos esquecer que isso pode acontecer com qualquer mulher de sua família, é preciso repensar será que estamos preocupados com o população que é vitima diariamente de bandidos ou se queremos causar uma guera civil com os beneficio que o Estatuto do Controle de Armas de Fogo trara para a população.
Não posso esquecer que na época eu não quis processar o pai dele mas se fosse hoje eu o colocaria na cadeia.

SEM ARMAS, MAIS VIDAS.

Um comentário:

  1. Me desculpe por não ter escrito nada antes... à época fiquei tão revoltada com essa "frente", que não conseguia falar sobre o assunto. Escrevo agora porque quero dizer que não podemos esquecer esse assunto, ainda mais agora que vivemos sob a égide de um governo fascista. E, também porque à época da fundação dessa "frente", nós inocentemente, não percebíamos que, entre outros, esse era um sinal da candidatura, que hoje configura o (des)governo federal, e desse clima de ódio que hoje nos rodeia. bjos

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Agradeço sua mensagem.
Saudações Feministas.

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