O cadeirante Dilceu Júnior testou o modelo de carro adaptado nesta terçaFoto: Luciane Gonçalves / Divulgação PMPA |
Rampas dobráveis manualmente estarão em 85 carros e tarifa será a mesma aplicada em toda a frota .por Bruna Scirea
Os veículos serão adequados com rampa dobrável manualmente, instalada na parte traseira. O modelo foi testado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), nesta terça-feira, e aprovado pelo cadeirante Dilceu Júnior, representante da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiências no Estado.
Para que usuários possam acessar o serviço com maior facilidade, deve ser criada uma central telefônica, que reunirá os permissionários. Assim, bastará ligar para um número e chamar o carro adaptado. Esses táxis estarão liberados para transportar qualquer passageiro e o valor da tarifa será o mesmo, seja o cliente cadeirante ou não.
Com o recurso, os cadeirantes não precisarão deixar a cadeira de rodas durante o transporte, o que tornará o embarque e o desembarque dos passageiros mais cômodo e ágil. Na frota atual, nenhum dos 3.921 carros está adaptado para oferecer o serviço — fator que se agrava, segundo cadeirantes, se for associado à má vontade dos condutores:
— Às vezes estou com minha esposa esperando um táxi. Ela faz sinal, eles reduzem a velocidade, mas, quando veem que tem um cadeirante com ela, passam reto. Não são todos, mas têm o que acham uma perda de tempo ter de esperar que a cadeira seja desmontada. Em São Paulo só uso táxis adaptados(disponíveis desde 2009), e é justamente essa uma das coisas mais agradáveis no período em que estou lá: poder se sentir incluído — conta o servidor público federal Ari Heck, vítima de paralisia infantil.
Conforme o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, o projeto básico de licitação deve estar pronto até o fim de outubro e o lançamento do edital ocorre ainda neste ano. Como se trata de um contrato diferente (pois são permissões individuais), ainda se estuda o tipo de licitação a ser utilizada — por prova e/ou por experiência —, e os prazos ainda não estão definidos. A empresa afirma, no entanto, que os primeiros táxis adaptados já devem circular pela Capital a partir de março, e todos os 85 estejam disponíveis ainda no primeiro semestre de 2015.
Os interessados terão de comprar carros novos — de modelos específicos que permitam o transporte de cadeiras — e arcar com a adaptação, que tem custo médio de R$ 25 mil. A licitação não será aberta para empresas, nem para os atuais permissionários do transporte público.
Tramitando desde 2012, a Lei do Táxi Acessível foi sancionada pelo prefeito José Fortunati em março deste ano. A previsão inicial era de que as novas permissões fossem definidas até a metade do ano e que até o final de 2014 os veículos já estivessem em circulação em Porto Alegre. O atraso teria ocorrido devido ao lançamento de outro edital, o da licitação para o transporte público.
* Zero Hora
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