26 de ago. de 2012

Lesão Medular;

Coluna Espinhal.

Introdução
A lesão medular traumática ocorre quando um evento traumático, como o associado a acidentes automobilísticos ou motociclísticos, mergulho, agressão com arma de fogo ou queda resulta em lesão das estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos nervosos através da medula. A lesão pode ser completa ou incompleta. A lesão é completa quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão e é incompleta quando há algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão. A medula pode também ser lesada por doenças (causas não traumáticas), como por exemplo, hemorragias, tumores e infecções por virus.

Quando a medula espinhal é danificada como resultado de um trauma ou por uma doença ou por um defeito congênito, haverá alterações na sensibilidade e na função motora, dependendo da extensão e da localização da lesão. Isto é o que chamamos de Lesão Medular.
Podemos identificar os comprometimentos da lesão dependendo do nível atingido, ou seja, os movimentos e as sensações corporais estarão parcialmente reduzidos ou totalmente perdidos abaixo do nível da lesão. O que determina o nível da lesão não é o nível da fratura e sim o nível do comprometimento neurológico avaliado.
Quanto mais alta for a lesão, maior será essa perda; e quanto mais baixa for a lesão, mais sensibilidade e movimentos serão preservados. Porém, como cada organismo não responde exatamente da mesma maneira e as lesões apresentam graus diferentes de comprometimento medular, não se pode determinar (ou prever) se isso realmente acontecerá, ou em caso de algum retorno de sensação e/ou movimento, ninguém poderá determinar o quanto esse retorno será funcional. Somente o tempo poderá responder estas questões.
Quanto mais próximo do cérebro a lesão é chamada de alta e quanto mais distante do cérebro é chamada de baixa.
A Lesão Medular apresenta grande complexidade de fatores envolvidos e pode ocorrer em diversos níveis e por diversas causas. Sendo assim, explanaremos alguns tópicos importantes para sua melhor compreensão.
Figura 2 - Coluna Vertebral
Desenho da coluna detalhada.
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras empilhadas umas sobre as outras que, juntamente com os músculos exercem as funções de sustentação, equilíbrio e movimento. No centro das vértebras existe um orifício que forma o canal vertebral, cuja função é de abrigar e proteger a medula espinhal.
A medula espinhal é uma massa de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral. Mede aproximadamente 45 cm no ser humano adulto e se estende desde a base do crânio até a 2ª vértebra lombar e depois termina afilando-se e formando uma cauda (cauda eqüina).
A medula faz conexões entre o cérebro e o corpo e dela saem os nervos espinhais, que têm a função de conduzir impulsos nervosos sensitivos e motores, sendo responsáveis pela inervação do tronco, braços, pernas e parte da cabeça. Os nervos espinhais se distribuem pelos músculos, pele, vísceras e também se relacionam com a temperatura, dor, pressão e tato. Isso explica o fato de sentirmos dor, calor, frio, vontade de urinar, conseguirmos pegar um objeto, andar, enfim, termos sensações e movimentos.



Existem 30 pares de nervos espinhais, a saber:
- 8 pares de nervos cervicais;
- 12 torácicos;
- 5 lombares;
- 5 sacrais.
FIgura 3 - Dermátomo (www.sarah.br)Cada nervo percorre um trajeto definindo o território cutâneo (dermátomo – figura 3) que recebe o nome da raiz que o inerva. Assim, identificamos a raiz nervosa responsável pela sensação e movimento da região do corpo segundo o dermátomo.
Exemplo: Uma lesão na oitava vértebra torácica compromete a partir da nona raiz nervosa torácica. A figura 3 apresenta as regiões coloridas indicando a região corporal que ficou afetada.
Vale salientar que a avaliação neurológica é que define o nível da lesão.
Causas
Existem as causas congênitas, traumáticas e as não-traumáticas.
Figura 4 - Mielomelingocele
Mielomeningocele.


Lesão Medular Congênita (Mielomeningocele ou Espinha Bífida) =
 Constitui uma má-formação entre a 3ª e a 4ª semanas de gestação causando uma falha
 no fechamento do tubo neural. Durante a formação do Sistema Nervoso, é necessário
que este tubo se feche e proteja a medula espinhal. Quando não ocorre esse
 fechamento, a região lombar ou torácica da medula espinhal fica exposta causando
 uma lesão na medula e, além desta, freqüentemente, outras másformações estarão
 associadas. Esse tipo de lesão é considerado uma causa não-traumática.
Figura 5 - Tumor
Tumor.












Lesão Medular Não-traumática = É gerada por diversos fatores como: tumores que
 comprimem a medula espinhal ou as regiões próximas; acidentes vasculares;
 hérnia de disco; deformidades na coluna vertebral que afetam a integridade da
 medula espinhal. Os agentes causadores deste tipo de lesão medular não origem
 congênita e nem traumática.
Figura 6 - Fratura Cervical Mergulho









Lesão Medular Traumática ou Traumatismo Raquimedular (TRM) = É proveniente de
acidentes automobilísticos, mergulhos, ferimentos com armas brancas (facas e objetos
 cortantes) ou armas de fogo (projétil), quedas de alturas etc. Caracteriza-se por um
 trauma que fratura (quebra) ou desloca uma ou mais vértebras da coluna vertebral
 provocando uma invasão no canal medular e atingindo a medula espinhal por
 compressão ou secção (corte).
Classificação
A Lesão Medular pode ser classificada de acordo com o comprometimento sensório-
motor que a pessoa apresenta. Quando a medula sofre uma lesão, pode ser
 parcialmente ou totalmente atingida e, dessa forma, determina-se o seu grau de
comprometimento.
Vale ressaltar que a lesão medular não compromete necessariamente a parte intelectual: raciocínio, memória, compreensão. Caso o cérebro seja afetado, podem-se observar alterações
na parte intelectual, além de comprometimentos na face (língua, boca, olhos etc),
 dependendo da gravidade da lesão cerebral.
Uma lesão é classificada como completa quando não há função motora ou sensitiva
 preservada no segmento sacral. Numa lesão incompleta as funções motora e sensitiva
estão preservadas no nível do segmento sacral.
Figura 7 - Christopher Reeve - Tetraplegia








Tetraplegia ou quadriplegia indica que existe comprometimento parcial ou total
sensório-motor nos quatro membros, podendo comprometer também a respiração.
Classifica-se de tetraplegia completa quando há comprometimento total dos quatro
 membros e/ou da respiração com secção total da medula, isto é, a comunicação entre o
 cérebro e as outras partes do corpo fica interrompida abaixo do nível da lesão. Não há
 movimentos e sensações nos quatro membros e não há função motora ou sensitiva
 preservada no segmento sacral.
Já na tetraplegia incompleta a medula espinhal é parcialmente lesionada, preservando
-se algumas sensações e movimentos no segmento sacral, ou seja, quando existe
 contração voluntária da musculatura do esfíncter.
Figura 8 - Herbert Vianna - Paraplegia







Paraplegia indica que existe comprometimento parcial ou total sensório-motor
 somente nos membros inferiores, sendo que as funções dos membros superiores estão preservadas.
Na paraplegia completa os membros superiores têm suas funções preservadas, mas
os membros inferiores não apresentam qualquer movimento e não há função ou
sensação muscular na área sacral inferior.
Já a paraplegia incompleta os membros inferiores apresentam alguns movimentos,
mas sem força suficiente que permita que a pessoa ande e existe contração voluntária
 da musculatura esfincteriana.


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