Quando resolvi voltar
a estudar
Depois de ter ficado cadeirante e
ter que enfrentar toda aquela situação na minha vida não tive coragem de
continuar no lugar aonde tudo aconteceu e resolvemos ir morar em outro lugar só
que este novo local não era nada mais que morar em um morro o que eu ia fazer
se não queria ficar naquela casa e como tudo era novo e quase nem sai de casa
resolvi encarar pois dependia das pessoas pra tudo ainda não tinha me aceitado
e tive que ficar morando em um lugar que tinha um beco nada acessivel, sozinha
nem pensar e lá vivi durante alguns anos mas me sentia pressa que até a casa
era alta o que me impedia de ir pro pátio a não ser com ajuda de alguém e essas
situações foram me incomodando com a ajuda de algumas pessoas, Iolanda Dalmas,
Nelson Dalmas e Gilberto e os vizinhos foi feita uma rampa em toda extensão do
beco mas mesmo assim era impossivél sozinha mas ajudou muito quando saia de
casa.
Sabe quando você não aceita algo
e quer mais era assim que me sentia e depois de ir Pro Sarah me tornei muito
independente já realizava as tarefas de casa, tomava banho sozinha mas ainda
estava pressa naquele lugar que tem uma vista linda pro Guaiba e na janela me
vinham os pensamentos o que eu farei para seguir em frente se aqui não dá,
aquela vista era minha companheira nas horas de solidão e me acompanhou durante
anos até que um certo dia eu e minha mãe resolvemos comprar um terreno e desta
vez em um lugar plano sabiamos que era uma aventura mas a vida é feita de
aventuras e decididas resolvemos comprar, tivemos que esperar o prazo para
poder construir e depois de muito sufoco pois a casa foi feita pela minha mãe e
um grande amigo que resolveu nos ajudar, casa pronta, vida nova levei algum
tempo para sair de casa nesta nova realidade tudo é devagar por causa do tal
Medo mas tinha sempre os conselhos de pessoas que me diziam: tu é nova tem que
sair, ser atrevida e encarar a vida lá fora não foi pra isso que veio pra cá,
eu escutava e pensava mas como sera eu sair sozinha e se eu cair, se eu não ter
força pra empurrar a cadeira como será eram tantas as dúvidas que me travava
até que um certo dia acordei com a vontade de viver e disse pra mim mesma chega
agora eu quero estudar algo que achei que seria fácil afinal todos temos
direito a educação mas por onde começar e resolvi sair pela primeira vez
sozinha...
Tinha uma cadeira pesada nada
comparando com essa que tenho e lá fui eu a familia super preocupada e eu disse-
Eu irei sozinha e fui e logo que atravessei a rua e ia subir em uma calçada
quase cai mas segui em frente e cheguei na escola e no me deparei com vários
degraus e o pessoal da escola me disse não tem como tu estudar aqui e claro que
ao ver aquela escada sabia mas que eu faria estava determinada e nada me
impediria, comecei a ligar pra Secretária de Educação para me ajudarem, fizeram
eu me escrever em uma escola que tem uma lomba mas com a promessa de transporte
e feliz eu fiquei até chegar o ano letivo e descobrir que eu não tinha direito
ao transporte por ser adulta fiquei chateada mas não ia desistir, liguei pra
tanto lugar e ninguém pode me ajudar nem a Secretária de Educação que tem uma
área especifica para essas situações de acessibilidade, pensei, nem eles podem
me ajudar mas me venho a imagem de alguns anos atras de um rapaz que conheci no
ônibus e ele relatou que estudavana escola Inácio Montanha e que não era uma
escola daptada mas a escola o recebeu de portas abertas e ai estaa minha
salvação pois já tinha passado 15 dias de inicio e liguei pra escola e o
diretor Eurico me disse vem amanhã para conversarmos e cheia de esperança eu
fui.
Ele me relatou que a escola não
era adaptada mas que tinha um enorme prazer em me receber sai de lá vitóriosa e
feliz, depois de tantos obstáculos que me fariam desistir eu fui persistente e
não desisti.
Meus colegas eram os melhores e
me ajudavam todos os dias a subir as escada e fui tando continuidade nos
estudos mas isso aconteceu porque tive ajuda também de um anjo iluminado que me
ajudava todos os dias pois um cadeirante enfrenta outras realidades e precisava
todos os dias dela e minha grande mãozona Gelsi que sempre chamei de Jo me
ajudou durante os três anos e serei eternamente grata a ela por tudo que fez
por mim e dedico meu certificado de conclusão do ensino médio a ela.
Gelsi |
Mas não posso esquecer de falar
na briga do ônibus adaptado para ir pra escola que foi mais um dos obstáculos
encontrado por mim mas que não me impediu de estudar e assim aqui pude na
impolgação contar da primeira fez que sai sozinha da minha dificuldade de acesso, da dificuldade de
encontrar uma escola acessivel e de ter o direito de ter transporte adaptado.
Deixarei o link do direito a
inclusão escolar e o direito do transporte adaptado nunca esquecendo todos
temos direito a educação e o direito de ir e vir a lei existe vamos coloca-las
em prática lutando pelos nossos direitos.
Leis Federais: Link http://caroldiversidade.blogspot.com.br/2012/07/leis-federais.html
Leis Federais: Link http://caroldiversidade.blogspot.com.br/2012/07/leis-federais.html
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