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25 de jun. de 2012

Assim se supera a barreira do som." Som do coração"


Lisia Bueno e Leonardo.



Assim se supera a barreira do som


Formação para DJs embala o sonho de pessoas com deficiência auditiva. Como isso é possível? Com ferramentas muito simples...


O poder de superação das pessoas com deficiência parece não ter limites. Aliados à tecnologia, eles buscam, cada vez mais, ultrapassar obstáculos e realizar sonhos que, até algum tempo atrás, pareciam inatingíveis. Um exemplo de perseverança é Leonardo Castilho. Aos 24 anos, possuindo somente 10% de sua capacidade auditiva, ele estuda na Escola E-djs e mostra desenvoltura em uma atividade nada comum para uma pessoa com suas limitações. Leonardo vai ser Disc-Jóquei.
Fotos Shutterstock/ Ricardo Alcará
Tudo começou quando Lisa Bueno, professora e diretora-executiva da instituição, conheceu Leonardo em uma confraternização. "Percebi a possibilidade de me dedicar também a esse segmento quando toquei em uma festa para surdos. Curiosamente, o público dançava muito, sentia a música e curtiu do começo ao final. Lá conheci o Leonardo, que era o organizador do evento".
Lisa relembra que o rapaz fez questão de demonstrar grande interesse pela discotecagem. "A partir daí, convidei-o para fazer uma experiência na escola. Ele ingressou no curso de DJ e, até agora, está indo muito bem, para nossa alegria".
A professora explica como é feita a mágica para fazer de uma pessoa com deficiência auditiva o rei das pistas. "Utilizamos um software que mostra o gráfico das músicas. Assim, ele visualiza as batidas. Além disso, colocamos no pé dele uma caixa que emite sons graves para que o Leonardo sinta melhor a vibração da canção". Desta forma, o rapaz consegue seguir as batidas e o tempo certo da música. Este software, de acordo com ela, não é específico para surdos e, sim, para qualquer pessoa que resolva se dedicar a essa atividade. "Muitos utilizam softwares para DJs", conta.
Lisa revela o grande segredo para o êxito da iniciativa: "Para dar aula a uma pessoa surda tivemos que escolher qual das ferramentas à disposição que pudesse facilitar o trabalho dele. E isso conseguimos". A professora e diretora da E-djs garante que não há necessidade deacompanhamento profissional de fonoaudiólogo ou médico especialista, porque a atividade não oferece nenhum risco a Leonardo.
Na escolha das músicas, o processo também segue a linha dos DJs convencionais, pois não existe um tipo específico de ritmo que seja mais adequado para Leonardo trabalhar na mesa de som. "O estilo musical mais fácil para todos começarem a tocar é o eletrônico por ter uma batida reta e contínua".

"Quando observo o desempenho do Leo não vejo barreiras para a pessoa surda"
(Lisa Bueno)

Questionada a respeito do que pode ou não ser obstáculo para a carreira profissional de pessoas surdas e como elas podem vencê-lo, Lisa é convicta. "Quando observo o desempenho do Leo não vejo barreiras para eles, somente adaptações que, facilmente, podemos promover".
A confiança no trabalho é tão grande que a professora não tem a menor dúvida de que Leonardo pode se tornar um DJ profissional. "Com certeza, todos podem ter sucesso em tudo, desde que se empenhem com disciplina". E Lisa ainda vê alguma vantagem na deficiência auditiva. "O fato de ser surdo faz com que a pessoa sinta mais a música e perceba detalhes rapidamente, por ter seus outros sentidos mais aguçados".
Fotos Shutterstock/ Ricardo Alcará
Escola para DJs: sensibilidade para a formação profissional de surdos contribuiu para a criação de curso utilizando recursos comuns àqueles que não têm deficiência
O método de ensino da E-djs preconiza o respeito ao gosto musical das pessoas. "Após as aulas, temos treinamentos em que os alunos podem escolher o estilo de sua preferência", conta. E, como dizem, a música faz milagres. "Ela tem o poder de transformar. Funciona com todo mundo. A autoestima do Leonardo mudou muito depois que ele passou a fazer o curso".
Os desafios de Lisa Bueno na área da inclusão não param por aí. Ela já conta, inclusive com um aluno com deficiência visual. "Os interessados estão aparecendo. A partir daí, percebemos que era possível desenvolver esse trabalho e começamos a divulgar. Lembrando que as aulas são sempre individuais. Assim, podemos nos dedicar de uma forma mais personalizada".
Fonte : Revista Sentidos.

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