Logomarca com identidade visual do projeto. |
Pessoal o tempo passou e já faz dois anos que estive a frente do Projeto Todas São Todas e não tinha parado para escrever esta experiencia enquanto coordenadora deste projeto.
Hoje vou falar da minha experiência enquanto coordenadora do Projeto Todas São Todas que teve apoio do Fundo Fale Sem Medo, Fundo Social Elas e Coletivo Feminino Plural.
O projeto foi o primeiro realizado pelo Grupo Inclusivass no qual eu era coordenadora em 2016, para mim foi um desafio duplo por coordenar o projeto e o grupo.
Sendo pioneiro no Brasil e no Rio Grande do Sul teve como objetivo incluir as mulheres com deficiência nas políticas de enfrentamento a violência contra as mulheres e demais politicas com duração de nove meses.
Trabalhando com o tema da violência contra as mulheres desde 2013 seria a primeira vez que estaria a frente de um projeto voltado a violência contra as mulheres com deficiência, durante estes anos fui aos poucos tendo entendimento sobre essa violência e que tanto a sociedade e estado invisibilizam, mulheres que adquirem a deficiência devido a violência sofrida, mulheres que carregam marcas destas violências para vida toda, aqui no nosso estado temos casos de mulheres que tiveram suas mãos decepadas e seu corpo queimado.
São vitimas de tentativa de feminicidio por questões de gênero, são mulheres que ficam abandonadas pelo estado apos adquirirem uma deficiência, são estas mulheres que não são lembradas em pesquisas e dados, são estas que não são incluídas nas politicas de enfrentamento e são estas que se quer conseguem acessar a rede de atendimento as mulheres vitimas de violência.
Coordenar este projeto foi desafiador por não ter conhecimento de como faria isso pois eu estaria a frente de tudo mas com o apoio do Coletivo Feminino Plural foi entendo como faria isso.
No mês de Abril aconteceu o II Dialogo Nacional de Violência Doméstica no Rio de Janeiro e fomos eu a e Telia apresentar o projeto Todas São Todas neste encontro pude falar da violência contra as mulheres com deficiência, falar do meu trabalho enquanto vitima de tentativa de feminicidio, entregar nosso material para o presidente do Instituto Anon e a coordenadora da ONU Mulheres e reafirmar a importância desde projeto para todas as mulheres com deficiência que ainda vivem silenciada pelo estado por não terem acesso e informações necessárias para sair do ciclo da violência.
O projeto se desenvolveu de março a dezembro com muitas ações de visibilidades entre elas, mapeamento da rede de violência sobre as questões de acessibilidade e que teve um inquérito civil instaurado pelo Ministério Publico e que hoje estamos fazendo o monitoramento e visitas nesta rede, curso de capacitação para as mulheres com deficiência sobre violência contra as mulheres e demais politicas, ações de visibilidades com entrega de materiais no dentro da capital, audiências publicas e finalizamos com a Exposição Todas São Todas que teve como objetivo mostrar para a sociedade a Beleza Roubada das mulheres com deficiência, com fotos da fotografa Daiane Peixoto as integrantes do grupo foram retratadas como se viam nesta sociedade ocupando os diversos espaços e mostrando essa beleza que nos é roubada pelo capacitismo, esteriótipos e tabus.
Este projeto me trouxe muito aprendizado e conhecimento enquanto profissional, pessoal e ativista mas sei que há muito por fazer ainda.
As mulheres com deficiência ainda são invisibilizadas e são elas que levam essas vozes através do trabalho que o Grupo Inclusivass realiza há quatro anos.
Eu enquanto vitima desta violência e ativista tenho um grande sonho realizar uma pesquisa que traga dados informativos sobre os casos de feminicidio tentados e que tornaram essas mulheres, mulheres com deficiência é preciso olhar para elas, onde estão como vivem, o que o estado faz por elas pois uma coisa posso dizer é preciso seguir mesmo com as marcas desta violência, marcas estas que causam tanto sofrimento.
O projeto Todas São Todas foi finalizado enquanto projeto mas com a certeza que este projeto é continuo e que estamos constantemente levando ele para os espaços que ocupamos.
Com o projeto conseguimos desenvolver a difusão e o advocacy do tema da violência contra as mulheres com deficiência no âmbito local , nacional e internacional.
São organizações como o Instituto Avon e Fundo Social Elas os agentes de transformações pelo fim da violência contra as mulheres e que oportunizam o fortalecimento desta luta para todas as mulheres, enquanto o Brasil ocupar o 5º lugar no ranking da violência contra as mulheres e termos um aumento de 6.1% nos casos de feminicidio precisaremos continuar com este trabalho de difusão.
São organizações como o Instituto Avon e Fundo Social Elas os agentes de transformações pelo fim da violência contra as mulheres e que oportunizam o fortalecimento desta luta para todas as mulheres, enquanto o Brasil ocupar o 5º lugar no ranking da violência contra as mulheres e termos um aumento de 6.1% nos casos de feminicidio precisaremos continuar com este trabalho de difusão.
Eu enquanto mulher com deficiência sigo meu ativismo por todas as mulheres, levando minha voz a todos os espaços.
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