7 de ago. de 2017

11 anos da Lei Maria da Penha e minha reflexão.

Imagem em preto e branco.
O foto mostra o pé direito apoiado na perna esquerda e a estrutura da cadeira de rodas do lado esquerdo.

Depois de passar dois dias com muita dor, hoje fiquei em casa, sim o cansaço emocional não me permitiu que eu estivesse mais um ano militando nas ruas.
Mas este dia me trouxe uma grande reflexão que as mulheres com deficiência continuam invisíveis pela sociedade e estado.
E está invisibilidade causa o silêncio de muitas mulheres com deficiência, que se quer tem o entendimento que estão sofrendo violência.
Segundo dados internacionais pois ainda o Brasil não tem essas estatísticas as mulheres com deficiência sofrem 3X mais violências que as demais mulheres, embora sofram todos os tipos de Violência ainda estamos longe de incluir as mulheres com deficiência nas políticas de enfrentamento e demais políticas.
A falta de garantias e inclusão nas políticas pelo estado causa a essas mulheres o silêncio de denunciar.
Outro fato importante para que as mulheres com deficiência denunciem é a falta de estrutura física nas delegacias de atendimento as mulheres, falta de intérprete de libras, a falta de credibilidade são fatores essenciais para que estás vítimas permaneçam no ciclo da violência.
Aqui no estado temos apenas uma delegacia da mulher e com péssima estrutura as mulheres com deficiência que ao procuram este serviço são transferidas a outro local mais acessível e lá são atendidas e isto acorre neste ano pois até o ano passado se uma mulher cadeirante fosse procurar atendimento se quer tinha como acessar o local por conta das escadas na entrada.
Se esta mulher for surda segundo informações do próprio departamento existe apenas uma profissional que tem conhecimento em libras, se esta profissional estiver em plantão ela que faz a mediação e caso não esteja é marcado um outro dia e horário para fazer a denuncia.
Isso nós faz pensar e se está mulher estiver em grande perigo ela terá que esperar até outro momento para ter o seu direito garantido.
Estas situações deixam claro a falta de comprometimento do estado na efetividade das políticas de enfrentamento a Violência contra as mulheres pois são estas políticas que criam mecanismos de coibir e previnir a Violência.
Se estás políticas não dão conta de todas as demandas da sociedade deixa de lado as mulheres mais vulneráveis ao acesso a esta rede.
Precisamos estar atentas a todas as perdas de direitos que nós mulheres estamos sofrendo ultimamente, o governo seja ele estadual ou federal não trás na sua agenda política a pauta das mulheres causando assim perdas e mais perdas.
A reforma trabalhista e da previdência trás as mulheres com deficiência grandes retrocessos, teremos que trabalhar muito mais pois a dupla jornada de trabalho não é levada em conta quando se é mulher, trabalhadora, mãe e dona de casa.
Infelizmente vivemos uma realidade política de retrocessos aos nossos direitos já conquistados.
Enquanto ativistas teremos que estar cada vez mais unidas nesta luta por garantias.
Embora os indicadores da violência no estado demonstrem uma diminuição nos casos de ameaças e lesão corporal, os casos de estupros e femininos.
Os casos de tentativas de feminicidio aumentaram com acréscimo de 36,9%.
Ainda estamos longe de vivermos em uma sociedade sem violência, é preciso levar esta pauta para as escolas, lares e todos os locais possíveis.
Precisamos criar nossos filhos com igualdade de gênero, deixar de lado isso é coisa de mulher, homem é vivermos em uma sociedade mais igual.
Carolina Santos.

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Saudações Feministas.

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