1 de mai. de 2022

1 de maio! Dia da Trabalhadora.



No dia das trabalhadoras e trabalhadores trago uma análise sobre o mercado de trabalho e as mulheres com deficiência.

Dados do IBGE de 2010 mostram que mulheres com deficiência possuem menor acesso ao emprego (38%) do que as sem deficiência (46%) e homens com deficiência (57%).

Estes dados refletem a discriminação sofrida pelas mulheres com deficiência pela questão de gênero(sexismo) e substância de suas capacidades a aptidões(capacitismo).

O que reflete em menos ocupação em postos de trabalho, cargos de liderança, mesmas oportunidades, espaços de poder e decisão.

A normatividade dos corpos “normais”, esperada pela cultura como a produtividade são percebidos por estes corpos como improdutivos capazes  de não gerar lucro as empresas.

A lei cotas e CLT precisam garantir que as mulheres com deficiência sejam incluídas no mercado de trabalho com as mesmas oportunidades que os homens. 

É preciso estimular o debate político que considere gênero e deficiência, além de outras opressões.

Carol Santos.

#PraTodasETodesVerem

Card com fundo laranja. Na borda superior a logomarca Feminismo Sobre Rodas.

Centralizado o texto: Todas às profissões importam!

Dia da trabalhadora

1 de maio.

Abaixo a imagem de uma mulher com um lenço amarelo, com a mão esquerda no braço direito e segurando uma chave de boca.


14 de mar. de 2022

Faz teus CORRES sem pisar em ninguém!!!

 


A cada novo ano repensar o que passou faz parte da minha existência em tentar ou ter consciência de poder ser melhor enquanto pessoa a cada ano que passa.

O ano de 2021 me mostrou tanta coisa em pessoas que não quero para mim, enquanto sociedade e humanidades vivemos em nossa bolha e achando que tudo que fazemos é sempre o melhor, esquecendo por muitas vezes que o melhor pode ser somente para NÓS e nossos EGOS.

Fazer o melhor é acima de tudo ter empatia e muita resiliência, e isso nos incomada pois saímos da zona de conforto para poder olhar a nossa volta.

Olhar a nossa volta antes de tudo é PODER permitir-se à olhar para si mesma.

Absorver o nosso lado bom e ruim pois todos temos, e não esquecer que nem toda bondade realmente é.

Vi esses dias uma postagem com uma frase que questionava todo o meu trabalho para com aquela pessoa, o deboche acompanhado do egoísmo de querer sempre estar atacando, isso pq infelizmente incômodo ainda e diferente de NÃO levar para o coração, essa pessoa leva.

Já errou feio por mais de uma vez e continua no pódio do egoísmo existencial.                                               Essa pessoa nunca sequer me agradeceu por tudo que fiz, hoje nem precisa que possa usar esse agradecimento como forma de ser tornar uma pessoa melhor para si mesma.

Se sou grata ao universo por me afastar pela segunda vez dessa pessoa?

Sou muito não quero ninguém sugando minha energia e existência, quero comigo pessoas que somam e não invejam cada passo que dou nesta vida.

Tenho meus erros mas tento sempre me ver, perdoar, aceitar e acima de tudo melhorar.

Os meus corres desde 2013 eu dou sem nunca precisar passar por cima de ninguém, sou grata a cada pessoa que fortaleceu esse corre.

E jamais sairei por aqui postando frases de algo que alguém fez por mim para me sentir melhor e inflar mais o meu EGO.

Isso aqui chamado de VIDA é um passa tempo, saibamos aproveitá-lá ao nosso máximo.                                                            Meu desejo 2022, muita luz para quem caminha no escuro de sua existência.                                      Para mim, eu desejo sabedoria para lidar com esse tipo de coisa,escrever é uma delas.                             Expressa o que sinto.

20 de jan. de 2022

NÃO TOQUE NO MEU CORPO SEM PERMISSÃO!

 

Imagem em preto e branco. Desenho de uma mulher e um homem nas costas dele com a mão no seu ombro.

Antes de iniciar este texto que vão relatar três situações diferentes ao longo da minha vida na cadeira de rodas, deixo a explicação do que é Assédio Sexual.


“Assédio sexual é todo o comportamento indesejado de caráter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.”


Desde que me tornei uma mulher com deficiência, foram poucas as vezes que recebi aquele olhar com segunda intensão, por mais que hoje eu entenda que é crime um homem importunar uma mulher, confesso que quando recebia este olhar me sentia mais MULHERÃO.

Era como se eu entrasse nos padrões aceitos pela sociedade ao me sentir bonita, linda e desejada por um homem, não que eu dependesse essa aceitação, mas levando em conta toda minha história e trajetória após me tornar uma mulher cadeirante.

Hoje mais madura e dona de mim, não aceito ser importunada com olhares e desrespeito de nenhum HOMEM.

Esse história que narro, marca uma mulher vítima de tentativa de feminicídio que ao longo dos anos teve seu corpo transformado, deixando de lado as curvas e ganhando marcas pelo corpo, baixo peso e uso de uma cadeira de rodas, pronto eu já fazia parte dos corpos Assexuados, aqueles que Não transam, Não dão prazer e Não sentem prazer.....

O primeiro Assédio aconteceu comigo e minha mãe, estávamos na parada e ela se afastou de mim um pouco para fumar, aquele homem achou que eu estava sozinha e foi para um canto da parada e começou a me olhar e se masturbar.

Me assustei de ver aquilo e com medo me aproximei da minha mãe e relatei a cena, ela ficou furiosa e começou a gritar e xingar ele, até ele sair correndo.

Lembro exatamente o pânico que tive, era a primeira vez que eu passava por aquilo, e poderia estar sozinha.

Em casa fiquei pensando se não era a minha roupa que eu vestia que tinha feito aquele cara sentir prazer, naquela época era como se a culpa fosse a minha.

Com a ideia de evitar usar aquela roupa com medo que acontecesse novamente, e eu estivesse sozinha.

Segundo fato, fui ao centro com meu companheiro descemos do ônibus e seguimos, ele empurrando a cadeira, até que um senhor se aproxima de nós e pede para falar com ele se afastando de mim.

Fico apreensiva e aguardo, quando ele vai embora, meu companheiro pergunta se estou com um vestido curto, respondo que não, ele conta que o senhor nos parou para dizer que eu estava com a minha calcinha aparecendo.

Um vestido na altura do joelho vai aparecer a calcinha, seguimos nosso destino, mas me sentindo perturbada com aquilo e inquieta.

Chegando no meu destino me despeço dele e sigo para fazer minhas coisas, de repente um homem aparece do nada e grita bem alto para todos ouvirem, moça tua calcinha tá aparecendo.

Fico desorientada no meio da rua, sem saber para onde ir, paro perto de uma conhecida e pergunto para ela se via a tal de calcinha, responde que não, tu tá é linda por isso estão te perturbando.

Me olho mesmo assim e não vejo nada de errado, resumindo aquilo me perturbou tanto que deixei de fazer minhas coisas e voltei para casa.

Infelizmente me senti culpada mais uma vez por estar usando um vestido com decote V, que marcava o meu. Lindo por sinal.

A última que lembro agora, pode ter mais, mas posso ter esquecido.

Estava sozinha andando pela Andradas olhando as lojas, eu e Penélope (cadeira de rodas), de repente um homem toca no meu ombro e para na minha frente fazendo eu parar a cadeira e quase cair.

Quando parei ele me olha profundamente e diz varias vezes, mulher tu é muito linda, já te disseram isso, fico sem saber como agir com aquele homem me impedindo de seguir.

Até que ele se toca que fico sem jeito e pede mais de uma vez desculpa e finaliza dizendo mas tu é muito linda.

Sigo desorientada pela rua sem saber o que fazer e resolvo ir para o Coletivo, me senti com medo, e dessa vez nem lembro a roupa que estava usando.

O ato de violência de cada situação que eu trouxe deixa claro que os homens são autorizados por esta sociedade para cometerem crimes como estes. 

Importunar, ter o direito de desrespeitar, tocar no nosso corpo e violentar, marca um cenário vivido por nós mulheres.

Segundo pesquisa (Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao Instituto Datafolha), 26,5 milhões de mulheres foram assediadas na rua ou trabalho, através de cantadas, palavras desrespeitosas, beijadas a força e agarradas.

Dados estes que apontam uma cultura milenar e patriarcal em que a mulher é objeto de desejo dos homens.

As cantadas na rua reforçam essa cultura e demonstram qual é o lugar da mulher, de objeto e desejo, podendo ser tratada com desrespeito.

A Pandemia teve um aumento sobre os casos de importunação sexual em espaços públicos, sendo 3 em cada 5 já mulheres sofreram algum tipo de violência sexual pública.

ALei Federal nº 13.718/2018, mais conhecida como Lei de Importunação Sexual, tornou crime “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”, com pena que pode variar de um a cinco anos de prisão.

Como importunação sexual estão inclusos casos como cantadas invasivas, beijos forçados, toques sem permissão, até mesmo casos de ejaculação, que já foram registrados dentro do transporte público impulsionaram a criação desta lei.

Só vamos mudar esta realidade através da educação NÃO sexista, Feminista, com ações de prevenção, promoção de direitos e responsabilização dos que praticam estes crimes.


Denuncie, através do 180 ou 190, não se cale nunca!

14 de out. de 2021

Prêmio Inspiradoras 2021.

Carol está em sua cadeira. Usa um lenço preto e branco, camisa branca e bermuda laranja.



Estou concorrendo ao prémio através da indicação do Fundo Elas+, por acreditar muito no meu trabalho e na importância que ele tem na vida das mulheres e meninas com deficiência através das Inclusivass, movimento Feminista fundado por mim em 2014.

Esta indicação aconteceu no mês de setembro e marcou o mês com entrevistas para seleção das finalistas e entrevistas com mulheres que foram impactadas com o meu trabalho ao longo destes anos de ativismo, nesse momento pude contar com o apoio das queridas Luciana Steffen, Telia Negrão e Bruna das Inclusivass.

Essa etapa de entrevista me passou para a etapa final na categoria Conscientização e Acolhimento com

Iniciativas sobre informação,conscientização, educação e acolhimento para o enfrentamento da violência contra as mulheres e meninas.

A notícia que eu estava na final veio através da primeira pessoa que fez contato comigo,quando li aquela mensagem não contive a emoção e muita coisa passou na minha cabeça,ou melhor dizendo um filme de toda esta trajetória na luta pela garantia de direitos das mulheres e meninas com deficiência.

A luta enquanto sobrevivente de feminicídio pelo fim da violência contra todas as mulheres ,as barreiras que encontrei no caminho mas que nunca me impediram de querer seguir.

Pude compartilhar desse momento com algumas pessoas próximas a mim e que sei que torcem mim e por este trabalho.

Foi único este momento com cada um(a) ao saber da notícia.

Após passar para a etapa final iniciou-se as entrevistas de vídeo que serão publicados ao longo da votação.

A fotos que foram feitas em um formato totalmente diferente por conta da Pandemia.

Foram tiradas pelo meu sobrinho Victor que conectado ao FaceTime ia recendo as orientações da fotógrafa em São Paulo que ia captando as imagens, foi um momento muito especial para mim ter ele ao meu lado.

Após isso veio todo o processo de assinaturas e as dúvidas da repórter para a publicação da matéria que foi publicado hoje.





Por hoje sou só GRATIDÃO. VOTEM E AJUDEM A DIVULGAR 

13 de out. de 2021

Violência Contra Mulheres com Deficiência.

 

Card com Fundo lilás, centralizado a frase: Violência Contra as Mulheres com Deficiência.
@feminismosobrerodas



Estamos na semana de Combate a Violência Contra a Mulher e precisamos combater violência que atinge todas as mulheres brasileiras e principalmente as que ainda são inviabilizadas pela sociedade.

“Ele controlava meus passos, me afastou de amigos, agrediu fisicamente, me dando um soco no olho e mesmo assim eu me mantive nesta relação por anos”

Estas são as marcas de uma relação abusiva, aquele homem que se aproxima se mostrando ser uma pessoa bacana, logo em seguida mostra a pessoa abusiva em uma relação.

Infelizmente a violência contra as mulheres, não tem idade, classe, cores, etnias e religião- inclusive, mulheres com deficiência- estão mais vulneráveis a sofrer todos os tipos de violência.

A sociedade precisa entender como a violência doméstica atinge essas mulheres e suas varias facetas,
a violência familiar e doméstica é a responsável pelas causas de feminicídio no Brasil.

Violência está que Mata, Agride e Lesa uma mulher. Esse tipo de violência pode ser cometido por marido, ex, tio e pai, e marca a violência de gênero que nos atinge com um aumento de 48,8% casos de violência cometidas por estes.

Entender esse aumento em plena Pandemia deixa evidente que as mulheres brasileiras estão diante de uma epidemia e que tem deixado danos físicos e psicológicos em muitas mulheres.

A violência cometida contra as mulheres com deficiência, segundo dados do IPEA é duas vezes superiores às cometidos contra os homens com deficiência, é cometida dentro de casa, e as mulheres com deficiência intelectual correspondem a 56,9% das vítimas.

A taxa mais alta em relação a este grupo, tem como causa principal a violência sexual, que em muitos casos é silenciosa e cometida por quem está ao lado destas mulheres, resultando em gravidez.

Pouco se fala do estupro de vulnerável e os abusos contra mulheres e meninas, e os meios legais da interrupção de uma gravidez por violência sexual.

Em pleno século XXI esbarramos na aceitação desta violência cometida por homens covardes, que se sentem seguros em violentar, agredir e tripudiar destas mulheres, por acreditar na indefesa e incapacidade de autodefesa advinda da sua condição de deficiência, seja física, visual, auditiva, intelectual.

Estas violências costumam ser reincidentes, estima-se que mais de 30% das pessoas com deficiência intelectual são atacadas mais de uma vez.

Quais são os fatores principais que impedem as mulheres com deficiência a romperem com o ciclo da violência?

Estes fatores vão desde, a dependência emocional, autonomia e controle sobre o corpo, a negligência de sua segurança por familiares, romper com o vínculo “ amoroso”, se mantendo ao lado do agressor que comete violência física, sexual, moral, psicológica e patrimonial pois seus “Cônjuges”, costumam ser seus curadores de suas finanças, cuidadores e titulares de seus benefício sociais o que dificulta sair da situação de violência e vulnerabilidade.

Estas incapacidades, somadas a dificuldade de buscar por denunciar nos Serviços Especializados de Atendimento a Mulher, marcam um cenário ainda mais distante destas mulheres saírem da violência, alimentando a ideia que esses agressores não serão punidos.

Romper com estas barreiras é o primeiro passo para que as estas mulheres possam sair da violência doméstica e familiar.

É urgente criar políticas e mecanismos garantindo as mulheres uma rede especializada com escuta ativa e acolhimento humanizado.

Somente construindo serviços acessíveis mudaremos este cenário para quase 26 milhões de mulheres e meninas com deficiência no Brasil.

Que os movimentos que lutam por direitos humanos, incluam a perspectiva de gênero e deficiência nas suas construções sociais e políticas.

Ao estado cabe o reconhecimento de justiça social, no que se refere a garantia de direitos de igualdade e oportunidades.

Que as falhas do estados ao transgredir na legislações, decretos e determinações constitucional não permitam que mulheres e meninas com deficiência sejam vítimas da violência estatal.

Que a Lei Maria da Penha possa ser implementada garantindo os direitos de denunciar,buscar por ajuda e punição atravéz da justiça, a sociedade que haja uma mobilização na promoção da educação com mudanças a punir seus agressores e construindo uma sociedade onde as barreiras do machismo possam ser desconstruída.

Que a gente possa METER A COLHER SEMPRE e que o omisso não seja mais um covarde a silenciar a violência sofrida por TODAS as mulheres.


DENUNCIE em um dos canais de atendimento abaixo:

180 – CENTRAL DE ATENDIMENTO À MULHER NO BRASIL: registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

100 – DIREITOS HUMANOS: Registra denúncias contra violência, abuso sexual, agressões físicas ou psicológicas etc.

129 – DEFENSORIAS PÚBLICAS: Presta informações sobre como conseguir um defensor público para pessoas que não têm condições de pagar um advogado.

190 – POLÍCIA MILITAR: Serviço de emergência da Polícia Militar que atende aos cidadãos em casos de riscos, ameaças contra a vida, denúncias de roubos, atentados e proteção pública.

12 de out. de 2021

Como EDUCAR uma criança feminista!

Desenho de uma menina segurando uma bola e um menino com uma bacia na mão e avental.




Hoje é o Dia das Crianças, mais do que uma data onde nossas filhas e filhos ganham presentes por se tratar de uma data comercial, que seja um dia para refletirmos de como podemos educá-los para um futuro onde crianças entendam os valores da igualdade.

Meu primogênito tem oito anos e sempre fui uma mãe de conversar sobre tudo que a idade dele permite, como ele acompanha desde muito pequeno o meu trabalho sobre violência, mulheres com deficiência e ativismo feminista.

Ele sempre esteve ligado diretamente a estes assuntos e sempre me fez perguntas, o porque eu não caminho, porque os homens agridem as mulheres, porque não pode gritar com as pessoas, porque meu colega me bateu e os porquês sempre fizeram parte desta construção de mãe e filho.

Agora com a irmã ainda bebê, os porquês continuam e juntos vamos construindo o homem de amanhã com uma perspectiva feminista.

Meu filho sempre foi muito questionado por ter pais com algum tipo de deficiência, já ouvimos cada besteira mas ele sempre lidou com a tranquilidade que ensinei a ele.

Uma criança ouvir de um adulto que ele veio ao mundo para cuidar dos pais é a coisa mais capacitista que se possa ouvir.

Lembro de uma vez ele responder dizendo, que era a mãe que cuidava dele e não ele de mim.

E me questionar como assim mãe????

Como é possível perceber, criar os filhos longe de todo tipo de sexismo e capacitismo é uma missão impossível, uma vez que ele ainda está impregnado na sociedade e se manifestando livremente, seja na internet, TV ou mesmo nas famílias e demais pessoas.

Nesse dia de hoje quero deixar algumas frases do livro “ Para educar crianças feministas” da escritora Chimamanda Ngozi Adichie.

No seu livro que é uma carta para uma amiga que acaba de se tornar mãe de um menina, ela traz conselhos simples e precisos de como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças, o que se inicia pela justa distribuição de tarefas entre pais e mães.

Quando os pais entendem que podem educar seus filhos(as) com uma perspectiva feminista, e que está educação não é papel somente da mãe mas dos dois, cria-se um importante exemplo que educar é responsabilidade de ambos.

O pai também tem papel fundamental nesta educação, devendo mostrar que o respeito as mulheres é essencial, que elas não são objetos, que o homem pode ser frágil, pode demonstrar fraquezas, pode sentir e chorar. Ele também deve realizar as tarefas de casa, dividindo as responsabilidades e mostrando que lugar de homem também é no fogão, pia, lavanderia, etc.

Desconstruir os papéis sexistas é o primeiro passo para uma educação mais igualitária, convido você que é mãe e pai e buscar esta educação para suas filhas e filhos. 
Mas não podemos esquecer que esta educação deve acontecer em um ambiente tranquilo e livre de uma educação violenta, e é dever dos pais garantirem isso.

26 frases de Para Educar Crianças Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie
  1.  Nossa premissa feminista é: eu tenho valor. […] A segunda ferramenta é uma pergunta: a gente pode inverter X e ter os mesmos resultados? (p. 12)
  2.  Seja uma pessoa completa. A maternidade é uma dádiva maravilhosa, mas não seja definida apenas pela maternidade. Seja uma pessoa completa. (p. 14)
  3. Por favor, não acredite na ideia de que maternidade e trabalho são mutuamente excludentes. (p. 16)
  4. Façam juntos. […] Às vezes, as mães, tão condicionadas a ser tudo e a fazer tudo, são cúmplices na redução do papel dos pais. (p. 18)
  5. Ao dizermos que os pais estão “ajudando”, o que sugerimos é que cuidar dos filhos é um território materno, onde os pais se aventuram corajosamente a entrar. Não é. (p. 20)
  6. Ensine a ela que “papéis de gênero” são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa “porque você é menina”. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais. (p. 21)
  7. Se não empregarmos a camisa de força do gênero nas crianças pequenas, daremos a elas espaço para alcançar todo o seu potencial. (p. 26)
  8. Cuidado com o perigo do Feminismo Leve.[…] Ou você acredita na plena igualdade entre homens e mulheres, ou não. (p. 29)
  9. Uma triste verdade: nosso mundo está cheio de homens e mulheres que não gostam de mulheres poderosas. (p. 33)
  10. Ensine-a a ler. […] Os livros vão ajudá-la a entender e questionar o mundo, vão ajudá-la a se expressar, vão ajudá-la em tudo o que ela quiser ser. (p. 34)
  11. Ensine-a a questionar a linguagem. A linguagem é o repositório de nossos preconceitos, de nossas crenças, de nossos pressupostos. (p. 35)
  12. Tente não usar demais palavras como “misoginia” e “patriarcado” […]. Nós, feministas, às vezes usamos muitos jargões, e o jargão pode ser abstrato demais. Não se limite a rotular alguma coisa de misógina – explique a ela por que aquilo é misógino e como poderia deixar de ser. (p. 36)
  13. Nunca fale do casamento como uma realização. […] Um casamento pode ser feliz ou infeliz, mas não é uma realização. Condicionamos as meninas a aspirarem ao matrimônio e não fazemos o mesmo com os meninos. (p. 40)
  14. Quantos homens você acha que se disporiam a mudar de sobrenome ao se casar? (p. 45)
  15. Ensine-a a não se preocupar em agradar. […] a questão é ser ela mesma, em sua plena personalidade, honesta e consciente da igualdade humana das outras pessoas. (p. 48)
  16. Temos um mundo cheio de mulheres que não conseguem respirar livremente porque estão condicionadas demais a assumir formas que agradem aos outros. (p. 49)
  17. Dê a ela um senso de identidade. […] Esteja atenta também em lhe mostrar a constante beleza e a capacidade de resistência dos africanos e dos negros. (p. 52)
  18. Esteja atenta às atividades e à aparência dela. […] Não pense que criá-la como feminista significa obrigá-la a rejeitar a feminilidade. (p. 54 – 55)
  19. Nunca, jamais associe a aparência […] à moral. Nunca lhe diga que uma saia curta é “indecente”. (p. 56)
  20. Ensine-a a questionar o uso seletivo da biologia como “razão” para normas sociais em nossa cultura. (p. 61)
  21. Converse com ela sobre sexo, e desde cedo. Provavelmente será um pouco constrangedor, mas é necessário. (p.64)
  22. Diga-lhe que o corpo dela pertence a ela e somente a ela, e que nunca deve sentir a necessidade de dizer “sim” a algo que não quer ou a algo que se sente pressionada a fazer. (p. 65)
  23. E, por falar em vergonha, nunca associe sexualidade e vergonha. Ou nudez e vergonha. Nunca transforme a “virgindade” em foco central. (p. 68)
  24. Ensine-lhe que NÃO é papel do homem prover. Num relacionamento sadio, prover é papel de quem tem condições de prover. (p. 74)
  25. Ao lhe ensinar opressão, tome cuidado para não transformar os oprimidos em santos. A santidade não é pré-requisito da dignidade. Pessoas más e desonestas continuam seres humanos e continuam a merecer dignidade. (p. 74)
  26. Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. […] Ao lhe ensinar sobre a diferença, você a prepara para sobreviver num mundo diversificado. 
Ela precisa saber e entender que as pessoas percorrem caminhos diferentes no mundo e que esses caminhos, desde que não prejudiquem as outras pessoas, são válidos e ela deve respeitá-los (p. 76 – 77) 

UM AMBIENTE VIOLENTO JAMAIS FUNCIONARA PARA UMA EDUCAÇÃO FEMINISTA! Carol Santos.

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