5 de out. de 2012

Pesquisa lista mitos mais comuns na luta contra o câncer

Imagem de uma profissional na frente dos monitores analisando os exames.


Um dos maiores desafios na luta contra o câncer é esclarecer os mitos que cercam a doença, dizem os especialistas. Por exemplo, muitas pessoas pensam que a genética tem um papel muito maior na incidência do problema do que realmente tem, e que o estresse e pancadas no corpo são fatores de risco importantes.
Mas o principal mal-entendido, como mostra um estudo apresentado durante o congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (Esmo, na sigla em inglês), em Viena, na Áustria, é que as pessoas ainda não têm clareza o suficiente sobre a importância do estilo de vida para a prevenção de tumores.
Para o professor Hans-Jörg Senn, presidente da Faculdade de Prevenção do Câncer da Esmo, "o estudo revela que há uma grande confusão sobre os fatores de risco do câncer: usar roupa apertada não aumenta o risco da doeMitos
Da pesquisa, dirigida pelo médico Derek Power, oncologista clínico dos hospitais universitários de Mercy e Cork, na Irlanda, participaram 748 pessoas da população geral, incluindo 126 profissionais da área da saúde.
Os voluntários responderam a um questionário para analisar seu conhecimento sobre os riscos de câncer.
"Há muitos mitos sobre os riscos do câncer que seguem muito populares. Por exemplo, muitas pessoas pensam, erroneamente, que uma pancada contra os seios, o estresse, usar roupa apertada, telefones celulares, alimentos geneticamente modificados e aerossóis são fatores de risco importantes", diz o chefe do estudo.
De acordo com o cientista, 90% dos participantes, incluindo os profissionais da saúde, creem que a genética aumenta "fortemente" o risco de câncer.
"Mais de um em cada quatro participantes pensava que mais de 50% dos tipos de câncer são genéticos", acrescenta.
A taxa, diz o pesquisador, contrasta com o dado de que apenas entre 5% e 8% dos tipos de câncer são, dependendo de sua localização, de fato causados por um gene herdado.
"Mas o mais inacreditável é que as pessoas acreditavam que não se pode modificar o risco de câncer ao longo da vida", diz Power.
Dietas de desintoxicação
Quando questionados sobre como reduziriam seu risco de câncer, 27% dos entrevistados assinalaram como opção colocar em prática uma dieta de desintoxicação, enquanto 64% achavam que a comida orgânica protege contra o câncer.
Até o momento, no entanto, não há estudos que demonstrem evidências de que esses métodos sejam efetivos.
A pesquisa também mostrou que 28% dos indivíduos não sabiam que as verduras e frutas congeladas possuem os mesmos benefícios que as frescas.
Outro dado importante é que 41% dos participantes não conheciam o vínculo – demonstrado em vários estudos – entre o consumo da carne vermelha e o aumento do risco de câncer.
Mas 85% sabiam do risco de ingerir carne processada e 46% conheciam os riscos de comer sal em excesso.
Hábitos
O professor Hans-Jörg Senn chamou atenção para a necessidade de mudar hábitos.
"Esse estudo chama a atenção para o fato de que uma grande parte da população europeia não gosta da ideia de 'autorresponsabilidade' para a prevenção pessoal de câncer. Isto é, mudar seus hábitos e estilo de vida para esse fim", disse.
"No lugar disso, responsabilizam a genética e a sociedade pelo desenvolvimento da doença", diz.
Já o médico Derek Power diz que a única forma de reduzir a incidência de câncer é esclarecer os mitos em torno do problema.
"Precisamos combater esta informação equivocada com campanhas de promoção à saúde, dando ênfase à dieta e ao estilo de vida, que inclui o tabagismo, responsável por 90% a 95% dos casos de câncer", diz o cientista.
Ele alerta que é necessário fazer bem mais esforços para que a população se conscientize sobre a importância de manter um peso sadio e sobre os perigos do álcool.nça, mas obesidade, sim".
Fonte:G1


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